sexta-feira, 9 de abril de 2010

A ARTE DE MEDITAR


Meditar é uma tarefa que demanda certo esforço. Requer que os praticantes possam se permitir trabalhar sua mente eliminando os seus venenos para desenvolver o aquietamento. A natureza da mente é a base dos pensamentos insessantes, nela são produzidos os conceitos que geram em nós apego e aversão, esperanças e medos. O Budismo trabalha com essa perspectiva nos ensinando que esses venenos obscurecem a verdadeira natureza da mente, produzindo ilusões sobre as coisas à nossa volta. Os conceitos produzidos pela mente são traduzidos em sofrimento que nos distanciam mais e mais do estado de felicidade.
Para treiná-la, é preciso um processo diligente de trazê-la de volta, vez após vez. Para o relaxamento, requer atenção concentrada no processo de respiração momento a momento, sem distração diante dos objetos que surgem aos sentidos. Consiste em um estado de contemplação da sua sabedoria interior.
Esse processo, deve ser integrado gradativamente à nossa mente e ao nosso coração. Com a meditação, neutralizamos velhos hábitos e reformulamos nossas atitudes de vida. Meditar requer esforço. Esforço em ouvir ensinamentos, orientações, e depois, relaxar e descansar a mente na contemplação destes ensinamentos e orientações em um estado de aquietação, cortando o apego aos conceitos, vez por vez. Contemplar e relaxar... isso mantém a mente alerta e mais desperta. A meditação eficaz acontece entre uma experiência e outra. Isso é meditação com esforço e sem esforço. Contemplar e relaxar...
Segundo o ideal budista, o exercício de contemplação amplia nossa compreensão e compaixão. Podemos usar diversas técnicas para conseguir o intento da meditação. Para cada um, existe um método. O bom da coisa é que melhoramos não só nossos hábitos, como também nossa vida, nosso relacionamento com os outros, com o meio. Nossa percepção fica mais apurada, nossa mente mais aberta, nosso sono mais tranquilo, nosso humor mais leve.
Podemos usar a música como método, a respiração, movimentos, a oração... ou até a combinação deles. O importante é fazê-lo por nós e pelos outros e buscando o equilíbrio da prática: contemplar e relaxar.
Podemos fazer isso todo o tempo, durante nosso trabalho, nosso lazer, nossa aula, no carro, no ônibus, isso é meditar na ação. Atenção concentrada, direcionada ao que está fazendo; ou ainda podemos também criar uma rotina de nos retirar para uma prática mais formal e diligente com tempo definido, sob a orientação de um mestre treinado.
De qualquer forma, meditar é uma arte que proporciona bem estar e merece uma atenção de nós seres inquietos nestes tempos de estresse continuo e assustadora violência. Tashi Delek!

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