domingo, 23 de janeiro de 2011

POR UMA ÉTICA DO CUIDAR


Outro dia escrevi sobre as mudanças e muitas questões permeiam minha cabeça desde então e como sempre cada questão se amplia em proporções geométricas em outras novas questões.

Venho observando os acontecimentos e a que mudanças somos convidados a fazer. Atualmente o clima se encontra desordenado e produz desastres naturais capazes de desorganizar e devastar muitas vidas. O clima muda porque nós criamos condições para isso.

Alteramos bruscamente o funcionamento de toda uma estrutura ambiental. Abrimos buracos na camada de ozônio, por aumentar a produção de gases tóxicos; arrancamos árvores, das nossas florestas, alterando assim todo um conjunto de ecossistemas; produzimos lixo em quantidade que não conseguimos processar; modificamos geneticamente espécies para ver na maioria das vezes no que vai dar; trabalhamos alucinadamente para produzir mais estresse e menos qualidade de via; embora falemos dela todo o tempo.

Comemos mais rápido do que nosso organismo pode processar; Criamos guerra biológica pra servir a interesses particulares e totalmente egoístas; Aumentamos o medo uns dos outros e vivemos mais solitários e deprimidos.

Inchamos as cidades e nos tornamos demasiadamente violentos, desconhecendo cada vez mais nossa espécie; continuamos a produzir “guerras santas”, matando em nome de Deus. O mesmo Deus que sabemos ser misericordioso compassivo. Mas usamos seu nome pra tirar nossa responsabilidade e ter a quem culpar.

Isso e muito mais chamamos de atitude humana. Isso e muito mais caracterizamos como desenvolvimento humano.

Não é possível fazer vistas grossas a essas questões e nos mantermos a margem do processo. Não é possível viver fechando os olhos para questões que nos convidam a repensar todo o tempo nossas atitudes e nos propor uma trégua.

Não é possível que sejamos tão cruéis que não ponhamos freio em nossa atitude animalesca. Não é possível que nossa atitude ética não seja restaurada. Sim ética. Ética do cuidar, ética do preservar, ética do olhar com carinho e respeito a todos, ética de aprender a conviver com as diferenças, ética de entender que não podemos obrigar nada nem ninguém a ser totalmente iguais.

Ética de enxergar além do que se apresenta ética de assumir postura e atitude misericordiosa e compassiva desse Deus que insistimos em manter vivo na nossa mente e nos nossos corações. Ética de não deixar só nas mãos dele essa responsabilidade, mas assumir a parte que nos cabe. Ética de não ser mais indiferente à miséria humana e sim prorcionar acolhimento e melhoria de suas mazelas.

Peço a Deus e aos homens, que a dor, a guerra, não nos seja indiferentes, que não fechemos mais os olhos nem o coração às atrocidades que estamos vivendo. Que sejamos sim, melhores e que sobressaiam mais nossas ações humanitárias e que nós seres humanos entendamos que o amor é um caminho possível de ser trilhado.


quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

TODO CAMBIA... TUDO MUDA...


Tudo muda sempre. Estamos de um jeito hoje e logo em seguida de outro. A mudança é constante e necessária bem como inevitável. Muitas vezes é sutil e não percebemos. Outras vezes quem está a nossa volta enxerga primeiro e nos anuncia.

O fato é que somos seres mutantes. Temos prazo de validade vencido em tudo, nascemos assim. Nas etapas da vida, nas circunstâncias, nos eventos, no tempo, nas atitudes, no corpo, nos relacionamentos.

Cremos piamente que tudo dura para sempre. Aprendemos assim. Mas não é verdade. Não nascemos pra durar. Nascemos pra ter um fim. Pra terminar um dia. Mas teimamos em acreditar que somos eternos. Então sofremos. Criamos vínculos fortes e lutamos para eles não terminarem. Agarramos-nos a tudo e negamos sua finitude. Nossos relacionamentos são feitos, criados para permanecer. Nossa cultura impõe essa crença. Fazemos laços, mas não aprendemos a desfazê-los. Prendemos as pessoas, as coisas, conosco, como se fossem objetos particulares ou apêndices. Fazemos sofrer e sofremos junto.

Precisamos nos dar conta do que chamamos na filosofia budista: IMPERMANÊNCIA. Sim, tudo é impermanente e devemos nos ater às coisas e pessoas como passageiras e deixá-las ir quando for seu tempo. Se nos apegamos, sofremos. Devemos estar atentos ao movimento, à migração dos elementos que constroem as relações, eles são móveis. Mudam porque mudamos. Porque a roda gira. Nada fica do mesmo jeito nunca. Só não admitimos.

E novamente mudamos o ano, e propomos mudanças que não sustentamos pelo fato de não aceitar a necessidade real delas. O que vai ser? Até quando iremos nos comportar assim? È preciso encarar. Reconsiderar que o novo “sempre vem” como diz Belchior. Mudar é preciso pra manter o ciclo de desenvolvimento. E quando falo em mudar, falo em concretude. Ser mais humanos, mais amorosos, mas tolerantes, mais amigos, mais solidários, mais atentos, mais alegres, mais conscienciosos. Enfim...

Vamos lá! Nós podemos. Afinal, como dizem os orientais a única coisa permanente é a mudança! E fato é fato! Todo cambia...