quinta-feira, 29 de abril de 2010

23 DE ABRIL DIA NACIONAL DO CHORO


Sabiam que em 23 de Abril comemorou-se o Dia Nacional do Choro? Pois é. Infelizmente passou desapercebido para a maioria de nós brasileiros. A data é em homenagem ao nascimento de Pixinguinha, um dos maiores compositores da música popular brasileira. Quem não conhece Carinhoso, Lamento, Rosa...? Sim, músicas eternizadas pelo tempo. Foi ele quem trabalhou para que o choro tivesse uma forma musical definitiva.
O Choro é um ritmo totalmente brasileiro, que dentre outras coisas, quer dizer "música que faz chorar", surgida dos ritmos africanos já enraizados na cultura brasileira como o batuque e o lundu. Estas músicas passaram a se tocadas de moda abrasileirada pelos músicos brasileiros e estes, foram batizados de chorões.
Esse género surgiu por ocasião da reforma urbana, os instrumentos e músicas estrangeiras em conjunto com a abolição do tráfico dos escravos, que fez "aparecer" uma nova classe social, a classe média que era formada por funcionários públicos, instrumentistas de bandas militares e pequenos comerciantes que tocavam essas músicas de "ouvido", nos subúrbios do Rio de Janeiro.
Vários são os músicos desse género musical brasileiro que compuseram diversas peças para nosso deleite, que são conhecidos e lembrados até hoje e muitos outros, são apenas conhecidos e lembrados pelos fiéis amantes dessa arte.
O fato é que é delicioso ouvir o dedilhado das cordas dos violões, cavaquinhos, bandolins... o som das flautas, do saxofone, do trombone, do piano, do batuque do pandeiro... O conjunto da obraé simplesmente... surpreendente!
Então lembremo-nos de Altamiro Carrilho autor de cerca de duzentos chorinhos; Chiquinha Gonzaga, primeira chorona brasileira e primeira pianista de choro; Waldir Azevedo com Brasileirinho; Ernesto Nazareth com Odeon; Zequinha de Abreu com Tico-Tico no Fubá; Jacob do Bandolim com Noites Cariocas... dentre outros, a lista é longa, assim como os Conjuntos Regionais espalhados pelo Brasil à fora, de antes e de agora.
Vamos lá curtir esse som maravilhoso e nos deliciar com algo totalmente nosso. SALVE O DIA NACIONAL DO CHORINHO!!







domingo, 25 de abril de 2010

PRECISAMOS DE MAIS COMPAIXÃO


"Compaixão é, antes de tudo um sinal de sensibilidade, uma aversão ao sofrimento alheio, um ardor pelo bem estar e felicidade de todo o mundo. Ser compassivo, é estar em comunhão com o sofrimento. Diz o ditado: "Faz teu bem com o menor mal possível a outrem".

Sim, isso mesmo. Sensibilidade, questão de pele, aversão ao sofrimento do outro. Presisamos desenvolver e treinar mais essa qualidade. Somos responsáveis diretos pelo bem estar dos que nos cercam. Mas estamos muitas vezes anestesiados e fazemos vistas grossas a esse sentimeto. Fechamos os olhos ao que acontece ás pessoas e mantemos uma atitude egoísta e desrespeitosa negando que o sofrimento do outro não nos atinge ou não nos interessa.

A compaixão se opõe ao egoísmo e à crueldade. Ela nos eleva e nos leva ao desenvolvimento de sentimentos humanos nobres como equanimidade, altruismo. Ela é isenta de preconceitos, de julgamentos, é uma atitude universal, mas nada fácil de ser desenvolvida.

A compaixão tem o dado do amor para orientar seu entendimento, Espinoza dizia que, ..."a compaixão é o amor enquanto afeta o homem de tal sorte que ele se regozije com a felicidade de outrem e se entristeça com seu infortúnio". É quando reconhecemos o outro como humanos, e a nós também.

Nossa sociedade é mestra em criar seres egoístas, frios, endurecidos, dessenssibilizados, materialista... além de nos exigir formas bem inusitadas e esdrúxulas que nos impedem de desenvolver nossas melhores qualidades humanas.

A verdadeira compaixão baseia-se, necessariamente, na motivação de apreciar os outros. é a verdadeira essência de uma vida espiritual e a prática central daqueles que devotaram suas vidas para alcançar a iluminação. è um sentimento pra ampliar os corações humanos a enxergarem os seres em geral e trabalhar pra libertá-los do sofrimento.

Viu? a tarefa é difícil, requer treino constante, ensinamentos, prática pra treinar a mete e boa vontade. Vamos treinar? Vamos nos dispor a exercitar nossa humanidade? Os budistas tem um mantra pra essa finalidade. Um mantra que deve ser repetido inúmeras vezes pra despertar o estado de compaixão. Então sugiro fazermos o exercício dele pra melhorar nossa mente e nossas relações humanas.
Om Mani Padme Hum...


quarta-feira, 21 de abril de 2010

INCONFIDENTES DE HOJE


Falamos há alguns dias do Dia do Índio, da forma que temos de lidar com a temática hj. Fria, distante, desconstextualizada e sofrida. Pois é, hj comemoramos Tiradentes, inconfidente mineiro. E a gente precisa refletir sobre que o é inconfidência. O Aurélo nos diz que é falta de para com alguém. Pela história diz-se então que os inconfidentes não foram leais ao governo português e romperam com eles exigindo um País independente de Portugal, por isso foram presos, mortos, degredados, açoitados.
Vamos então atualizar a história.

De que várias formas estamos sendo considerados desleais hj. E pergunto: estamos sendo desleais quando exigimos nossos direitos de cidadãos? Estamos sendo desleais quando exigimos menos impostos? estamos sendo desleais quando exigimos bons governates? estamos sendo desleais quando ações ditas políticas descaracterizar pessoas e mantiver pessoas inescrupulosas no poder?
Estamos sendo desleais quando gritamos aos quatro ventos sobre as injustiças sociais? estamos sendo desleais quando mendigamos melhores condições de saúde, melhor atedimento nos hospitais? Estamos sendo desleais quando pedimos melhores condições de ensino e nehuma criança fora da sala de aula? Estamos sendo desleais por pedir honestidade nas contas públicas? Estamos sendo desleais ao solicitar punição adequada aos crimes hediondos cometidos contra a humanidade?

Na época de Tiradentes a briga era contra as ações do governo português contra os desmandos econômicos que prejudicavam o desenvolvimento industrial e comercial do Brasil. Mas hj essa situação se ampliou ela evoluiu para o aspecto social. Nos separamos de Portugal, adiquirimos nos "independência" financeira deles, mas criamos muitos desmandos sociais. Em quem confiar realmente? A quem ser leal? O Governo adiquiriu autonomia, identidade própria, mas perdeu o rumo em muitas questões de ações políticas e sociais.

Tiradentes é considerado um herói, por ter morrido em favor de uma causa social importatíssima. Mas temos muitos Tiradentes morrendo hj e fingimos não ver. Temos muitos mártires anônimos, sem sequer ter o direito a um enterro dígno. O que dizer dos nossos jovens sendo consumidos pelas drogas? O que dizer das nossas crianças morrendo ates de completar uma ano de vida? O que dizer das pessoas que moram nas ruas, sem amparo, saúde, assistência social, dignidade? O que dizer da falta de escolas públicas de qualidade? O que dizer da violênca exacerbada a que temos sido submetidos? O que dizer das doenças emocionais, causadoas pelo medo exagerado de conviver com o outro? O que dizer do abuso de poder dos falsos líderes com fala mansa, rebuscada e manipuladora?

Mas estamos num novo tempo Não é? vamos ser mais leais com nós mesmos. Vamos ver o que tem sido feito apesar dos pesares e usar isso como referência pra não perder a fé, pra sobreviver.

Por hora, vou parar por aqui pois a lista é grande e o que desejo é só uma reflexão e um desabafo. Uffa!!!

segunda-feira, 19 de abril de 2010

PROGRAMA DE ÍNDIO


Hoje é Dia do Índio. Que bela ironia. Eram inúmeras nações espalhadas por esse Brasil à fora. No litoral, no interior, muitas tribos, muitos membros. Povos em completa afinidade com a terra, com as plantas, com os bichos.

Povos em harmonia consigo mesmo e com os que os cercavam. Onde estão todos? Onde estão essas nações? Hoje se fala em Dia do Índio, eu digo, Dia de Índio. Dia apenas! Um dia no ano, pra lembrar que a existência desses povos, da sua cultura, dos seus costumes, da sua identidade.

É tragicómico ver as escolas promoverem essa comemoração, onde as crianças se fantasiam de índios pra demonstrar que se importam com isso. Isso, fantasiar. Uma bela piada! Lembrar o que? Ao final do dia estamos todos esquecidos novamente e voltamos ao que era antes. Os branco chegaram impuseram suas regras, seus costumes, trouxeram suas doenças, seus maus hábitos e infectaram nossos nativos e hoje, pagamos um alto preço por isso. O extermínio dessas populações dessa forma é terminantemente absurdo.

As aldeias ou o que sobraram delas estão assim, totalmente danificadas, infectadas depredadas...
Nossos índios sofrem demasiado com o alcoolismo e as drogas e nada fazemos. Marcamos no mapa pontinhos específico de sua presença no território brasileiro. Antes, a vista se perdia no horizonte e não dávamos conta do quanto eram numerosos. Hoje viraram minoria. uma minoria perdida na imensidão das selvas de pedra que se submetem aos desmandos dos ditos "brancos", que alem de tudo os queima em plena rua como se fossem estes, lixos humanos.

Dia apenas pra lembrar que precisamos ter uma política indigenista e não conseguimos; que precisamos ter profissionais especialistas em cultura indígena pra poder sabermos o que fazer com sua cultura; que precisamos resgatar a história desses povos pra não se perder por completo; que temos que nos sensibilizar com a causa indígena... blá, blá, blá... Agora nos vemos numa saia justa tentados correr atrás dos prejuízos causados a esses povos pra justificar nossa insanidade, nosso show de crueldade.

E assim, como dizia a canção "todo dia/ era dia de indio..." Era! Hoje, é apenas uma vaga lembrança!

domingo, 18 de abril de 2010

MÚSICA EM SUA VIDA - QUEM CANTA SEUS MALES ESPANTA



Já diz um velho ditado: "quem canta seus males espanta" e muitas pessoas concordam com isso. Quem canta é mais feliz, dizem outros... mas na verdade é da música que falamos. Dessa expressão maravilhosa que temos de falar palavras de forma sonora e harmoniosa.

Uma música bem cantada, com voz limpa, com interpretação adequada, afinação perfeita, é tudo de muito bom. Nossa música brasileira tem um enorme lista de artistas com essa performance que nos faz viajar nas suas interpretações.

Muitas vezes nos ligamos só na letra que a música tem e como o artista a faz ser vibrante, intensa e passa a mensagem pra lá do que ela diz. fantástico!!! Seduzimos, encantamos, damos recados, mensages, contamos histórias... Nossa voz tem um poder de se colocar numa posição privilegiada quando o assunto é música.

A voz produzida pelas pregas (cordas) vocais humanas, é o resultado da vibração que faz quando o ar que sai dos pulmões passa através delas. Há uma combinação da vibração do ar dos pulmões e da musculatura da laringe. Sendo diretamete influenciada pelo estado emocional do indivíduo, quando há uma interpretação a ser feita da letra e da música em questão, faz-se um conjunto perfeito pra gerar o audível que nos emociona e nos encanta.

Na expressão da música Sangrado de Gonzaguinha, temos exemplo disso "...
"...quando eu soltar a minha voz/ por favor entenda/ é apenas o meu jeito de viver/ o que é amar", E Djavan quado diz: "cantar é mover o dom do fundo de uma paixão Seduzir"... Viu? não faz sentido? Mas não deixemos de falar das vozes que nos fazem orar, como os cantos gregorianos, melodias cantadas em uníssono, homofônico (sem predominância de vozes), em ritmo livre, sem compasso, baseado na acentuação e no fraseado, sem acompanhamento de instrumentos musicais, com letras em latim extraídas de textos blíblicos, trazem pra nós a vibração do universo e a idéia do divino.

Que dizemos da música cantada em falsete? especialmente usada por cantores do sexo masculino para alcançar sons mais altos, voz que exige treino especial conhecimento e domínio, alguns cantores, já nascem com essa condição e nos brindam com maravilhosas peças musicais.

Falo dessas vozes em especial, por ser algo diferente e que não são todos os ouvintes que se interessam por esse modus operandi da voz. Mas todas as maneiras de cantar são maravilhosas. Vamos aproveitá-las mais e mais. Vamos sim ouvir mais música e brindar com os cantores e cantoras desse nosso universo a delícia de dispor desse dom deveras... fascinante!

Assim... como diz Santo Agostinho: "quem canta ora duas vezes"... vamos cantar seja lá que música for. Com letra, sem letra, tanto faz. Mas é claro, não nos deixemos influenciar pelas "coisas outras" que existem por aí se dizendo música e ferindo nossos ouvidos desconsideradamente. E como diz meu precioso amigo: NO MAIS MÚSICA EM SUA VIDA!!!



sábado, 17 de abril de 2010

MÚSICA EM SUA VIDA


O que aconteceria se não tívéssemos música? como seria a vida sem esse ítem acrescido ao seu movimento? a música é uma das formas de expressão de sentimentos mais puras e profundas. Dizemos tanto com ela. Falamos das nossas alegrias, das nossas dores, dos nossos amores... falicitamos encontros, contamos histórias... histórias do que vivemos, do que fazemos, do que desejamos, do que somos. Viajamos no tempo quando ouvimos algum som, que embalaou um determinado acontecimento... ilustramos eventos cotidianos... nos aproximamos e também nos afastamos. Rezamos, fazemos preces endossando nossas crenças, nos declaramos... Ah! a música!!
Sons para todos os gostos, para todos os ouvidos, para todos sentidos. Sim todos os sentidos; são eles que captam a informação e levam-no pro nosso cérebro processar traduzindo-os em notas, equações matemáticas precisas que se transformam em poderosas vibrações que mexem com nosso corpo, nossa mente e nossa alma.
Ocupa um lugar muito importante em nossas vidas. Tem o poder de transformar nosso estado de espírito, é uma arte sem corpo físico, mas de uma presença imperiosa! Sempre fez parte da cultura e da vida do homem e foi se modificando ao longo da evolução humana. Hoje tem um apelo mais comercial. Tem uma preocupação mais mercantilista, que de contar histórias. Mesmo assim tem uma importância enorme pra todos.
Ela era uma língua indizível pra muitos. E foi sendo expandida e diversificada e o que antes era apenas acessado por uma minoria, pertence a todo o mundo. Que ótimo não?
Mozart, Bach... expressões classicas e eruditas; popular, jazz, blues, new age, samba, eletrônica...não importa. Há gostos pra todos. Isso é ótimo! Quanto mais pudermos ouvir melhor. Tem umas coisas horriveis que um precioso amigo chama de "bagaça", há quem insista em dizer que isto é música. Mas não falamos dela. Falamos daquela que nos eleva e nos une com o universo e nos faz pertencentes de um maravilhoso projeto de expressão que se chama vida. Parafreseando Dorival Caymmi, quem não gosta de samba (música), bom sujeito não é...). Então, novamente como diz meu precioso amigo "No + MUSICA EM SUA VIDA!!!".

O AMOR


O AMOR

"O amor é um grande laço/ um passo pra uma armadilha..." Sentimento delicioso e muitas vezes dolorido. Que nos enreda num laço apertado e complicado de soltar. Quem nunca sofreu alguma vez em nome do amor? Quem nunca chorou em nome do amor? Quem em algum momento de sua vida não desejou ter alguém pra amar? Quem em algum momento não esteve desejoso de amar? Sentimento que muitas vezes se porta como uma armadilha, nos colocando em xeque. Bagunça nossa vida, nos tira do prumo, abala nossa estrutura e faz a gente sair do chão... Ah, o amor!!!
Segundo Drummond, um verbo intransitivo. Nessa condição, possui sentido pleno, completo, não precisa de complemento, ou seja, se constitui por si só. Bacana isso não? Um sentimento que se tem completo. Chega e se instala. Panacéia para alguns, doença para outros, mas para muitos, o mais nobre e pulsante dos sentimentos.

Cantado em verso e prosa, enlouquece os corações, mexe com a fisiologia, desregula a química humana, deixa a todos embasbacados. Há quem diga que é piegas. Mesmo assim o buscamos. Ameniza as dores, plenifica almas. De muitas formas é exposto, demonstrado. Gestos, falas, atitudes, expressões... Diversas são as maneiras de dizer dele. Une gerações, povos, é fortemente questionado e tentado ser descrito por todos os vocábulos possíveis. A expressão talvez... mais buscada; hoje tanto quanto antes.

Buscamos muito por ele hoje. Estamos desejosos de experimentá-lo mais que nunca. Estamos ficando sozinhos muito tempo, compartilhando pouco e nos comunicando mais pela rede de computadores que de pertinho. Vamos nos adaptando a esse novo modelo de relação e ficamos no desejo do não vivido, ou na saudade do já experimentado por outros momentos, épocas atrás. O amor requer proximidade; troca de olhares, de carinhos; de sorrisos; de toque; de experienciação; de mim, de você, de nós. E assim... "por ser exato/o amor não cabe em si/por ser encantado/o amor revela-se/por ser amor invade e fim!”



domingo, 11 de abril de 2010

SINCRONICIDADE

Quantas vezes nos vemos diante de coisas que chamamos de...coincidências. Quantas vezes achamos que as situações que vivemos, muito parecidas, com pessoas, eventos... que estão ali por alguma sitonia e chamamos...coincidência. Interessante não é?
Bem, vamos falar um pouco sobre isso que no mínimo faz a gente parar pra ter gandes conversas e nos espantar um bocado. O termo Sincronicidade foi cunhado por Carl Gustav Jung, para explicar que tudo no universo está interligado num tipo de vibração em que duas energias uma física e uma não física, estariam em algum tipo de sintonia, dando a idéia de que certos eventos isolados parecem repetidos, só que em perspectivas diferentes.
De forma simples, é a experiência vivenciada de ocorrerem dois (ou mais) eventos que coincidem de uma maneira que seja sigficativa para a pessoa (ou mais) pessoas que vivenciaram essa "experiência significativa". Mas não podemos deixar de lembrar que é preciso que exista um padrão subjacente e dinâmico que é expresso através de eventos ou relações significativas.
De qualquer forma, é algo que causa surpresa, a repetição é algo que permeia nossa psique. Essa repetição acontece em sonhos, símbolos, aconteciementos... até que reconheçamos e entendamos o acontecido. Quando reconhecemos e entedemos o que acontece cessa a repetição. Mas isso nos mostra que existe um padrão de funcionamento energético fantástico á nossa volta. Isso por que somos feitos de energia. Emitimos ondas eletromagnéticas que ficam disponibilizadas no espaço a espera de uma captação desse padrão por outra vibração que esteja funcionando na mesma frequência de onda, mesmo em situação temporal diferente.
Os fenômenos sincronísticos, acontecem manifestam-se com muita frequência quando a psique está funcionando num nível muito menos consciente, como nos sonhos, nos estados meditativos ou nos devaneios... ou seja quando a mente está funcionado livremente. Jung sugere que esses estados funcionam consideravelmente na presença de afetividade, sensibilidade mais ampla. Ou estados mentais menos bloqueados. Assim são as "coincidências".

sexta-feira, 9 de abril de 2010

A ARTE DE MEDITAR


Meditar é uma tarefa que demanda certo esforço. Requer que os praticantes possam se permitir trabalhar sua mente eliminando os seus venenos para desenvolver o aquietamento. A natureza da mente é a base dos pensamentos insessantes, nela são produzidos os conceitos que geram em nós apego e aversão, esperanças e medos. O Budismo trabalha com essa perspectiva nos ensinando que esses venenos obscurecem a verdadeira natureza da mente, produzindo ilusões sobre as coisas à nossa volta. Os conceitos produzidos pela mente são traduzidos em sofrimento que nos distanciam mais e mais do estado de felicidade.
Para treiná-la, é preciso um processo diligente de trazê-la de volta, vez após vez. Para o relaxamento, requer atenção concentrada no processo de respiração momento a momento, sem distração diante dos objetos que surgem aos sentidos. Consiste em um estado de contemplação da sua sabedoria interior.
Esse processo, deve ser integrado gradativamente à nossa mente e ao nosso coração. Com a meditação, neutralizamos velhos hábitos e reformulamos nossas atitudes de vida. Meditar requer esforço. Esforço em ouvir ensinamentos, orientações, e depois, relaxar e descansar a mente na contemplação destes ensinamentos e orientações em um estado de aquietação, cortando o apego aos conceitos, vez por vez. Contemplar e relaxar... isso mantém a mente alerta e mais desperta. A meditação eficaz acontece entre uma experiência e outra. Isso é meditação com esforço e sem esforço. Contemplar e relaxar...
Segundo o ideal budista, o exercício de contemplação amplia nossa compreensão e compaixão. Podemos usar diversas técnicas para conseguir o intento da meditação. Para cada um, existe um método. O bom da coisa é que melhoramos não só nossos hábitos, como também nossa vida, nosso relacionamento com os outros, com o meio. Nossa percepção fica mais apurada, nossa mente mais aberta, nosso sono mais tranquilo, nosso humor mais leve.
Podemos usar a música como método, a respiração, movimentos, a oração... ou até a combinação deles. O importante é fazê-lo por nós e pelos outros e buscando o equilíbrio da prática: contemplar e relaxar.
Podemos fazer isso todo o tempo, durante nosso trabalho, nosso lazer, nossa aula, no carro, no ônibus, isso é meditar na ação. Atenção concentrada, direcionada ao que está fazendo; ou ainda podemos também criar uma rotina de nos retirar para uma prática mais formal e diligente com tempo definido, sob a orientação de um mestre treinado.
De qualquer forma, meditar é uma arte que proporciona bem estar e merece uma atenção de nós seres inquietos nestes tempos de estresse continuo e assustadora violência. Tashi Delek!

terça-feira, 6 de abril de 2010

PORQUE ACREDITO NA HUMANIDADE

Falamos todo o tempo no ser humano. Este ser que desafia todas as leis da convivência, da vida, da sociedade. Falamos deste ser que compromete sua existência, desassegurado sua história, descompatibilizando relações. Falamos deste ser que todos os dias se violenta, ultrapassando limites do bom senso. Quem é esse ser humano que acha que se conhece, que acha que se sabe, que acha que pode tudo? Quem é esse ser humano que não respeita as minorias, que mata seus semelhantes, que destrói o que está à sua volta? Esse ser humano eu não sei. Esse ser humano quero não saber, porque este, desqualifica a espécie.
Quero saber daquele que ri, que chora, que contabiliza alegrias, que constrói relações, que faz poesia e traz a beleza da arte, dos corações, das relações...
Quero saber daquele que se preocupa com os outros, que ama incondicionalmente, que amplia possibilidades, que estimula os sentidos, curte os bons momentos e provoca outros bons momentos.
Quero saber daquele que atualiza seu passado em cada presente que vive; que mantém o sonho vivo e o transforma em ato; que mantém o simplifica o complicado, que convive com os opostos, com as polaridades.
Quero saber daquele que soma, que agrega, que vive, que "perde" tempo com o belo, com o híbrido com o aparentemente inaudível, com o aparentemente invisível, com o amplamente implícito.
Quero saber daquele que se compadece com o sofrimento alheio e desenvolve ações sinceras e comprometidas em contribuir para o bem-estar dos outros.
Quero saber daquele que tem uma percepção ética e desenvolve as qualidades do espírito humano tais como o amor, a compaixão, a tolerância, a paciência, a responsabilidade para si mesmo e para os outros.
Quero saber daquele que se apercebe de suas limitações e que busca vencê-las sem desqualificar nem prejudicar ninguém e aprende que tem uma capacidade inata de empatia que segundo sua Santidade e o Dalai Lama, é a fonte da mais preciosa de todas as qualidades humanas, em tibetano chamado Nying je (compaixão, amor).
Esse ser humano existe, só precisamos aguçar nossos olhos para percebe-lo e nos juntar a eles apesar de muitas vezes a realidade nos mostrar o contrário. Afinal somos também capazes de manifestar crueldade e ódio.
Mas justo por isso temos de lutar para melhorar nossa conduta. Por isso acredito ainda na humanidade.

segunda-feira, 5 de abril de 2010

ESPERANDO NA JANELA


Somos sujeitos bastate engraçados, vivemos boa parte do tempo esperando que nos amem, que algo de bom aconteça, que o tempo melhore, que nosso time ganhe, que sejamos felizes... Sempre esperando. O que faz a gente se mover dessa forma? Por que agimos assim? Ficamos esperando... esperando... esperando na janela vendo a banda passar. Como é difícil acompanhar a banda. Como é difícil seguir adiante. Nosso tempo é o tempo da espera, do que podem fazer por nós. Não vamos buscar. Esperamos que nosso amor nos veja; que o resgate chegue; que nos salvem de nós mesmos. Sujeitinhos esquesitos somos não? Custamos a entender que podemos mover a roda, que podemos mudar o curso das coisas, que precisamos acompanhar o tempo, porque ele passa depressa e não volta. Precisamos seguir a banda e se integrar no seu rítmo; precisamos ir atrás do nosso amor, pra que ele nos veja. Precisamos estar na vida, no movimento, na ação, no devir...
Sair da janela e ir para a rua, acontecer, provocar acontecências, sentir alegrias, encarar tristezas, desencadear mudanças, socializar. Transformar a janela em porta, e, porta aberta pro mundo, pro novo, pro inesperado, pro outro... pra vida. Enquanto não vem, eu crio, eu faço, eu pulso... O ato de ir é o ato de construir, de sair da inércia, de poder ser... possibilidades!




domingo, 4 de abril de 2010

QUE VENHA A CHUVA


Estamos no período que antecede às chuvas. E vez por outra quando o tempo se faz muito quente, ela deságua sem dó nem piedade, na tentativa de acalmar nosso calorão.
Nosso outono não tem as mesmas característica do que acontece no hemisfério norte, com um pouco de frio e uma coloração mais cinzenta e queda das folhas das ávores, mas é o periodo do amadurecimento das frutas e mesmo assim nos brinda com as águas acumuladas nas núvens.
Que venha a chuva, pra lavar a alma, pra limpar as ruas, pra trazer bênçãos... Que venha a chuva pra regar a terra árida, encher os rios, florescer as matas... Que venha a chuva e abrande o calor excessivo, acalmando os ânimos exaltados, aliviando as tenções... Que venha a chuva e lave a alma das dores de ser, de viver; que lave os corações das angústias sem nome; que lave a mente dos medos que impedem eu... você de ir além... Que venha a chuva e nos lave as lágrimas presas no rosto e nos alivie o peito... Que venha a chuva e traga as bênçãos que nos protejam dos males que nos cercam; bênçãos que brindem os corações queixosos e fortaleça as ações dos homens... Que venha a chuva trazendo suas características com seus ganhos e perdas. Sim, ganhos e perdas, pois a mesma chuva que destroi, tambémconstroi. É o paradoxo, a antítese. É aquela que também junta, une, felicita.
Que venha a chuva pra nos aquecer, pra nos aproximar, nos sentar à beira do fogo em memoráveis e deliciosas conversas. Que venha a chuva e nos possibilite estar mais juntos outras vezes mais... Tecendo novas redes de profundas e maravilhosas amizades como dizia um belo amigo... Que venha a chuva e a gente possa ler mais livros, ouvir mais música, escrever mais histórias, estreitar mais os laços. Que venha a chuva e possamos dançar de plena felicidade pelo inusitado e diferente.

sábado, 3 de abril de 2010

Alceu Valença - Solidão

Djavan - Açaí

SOLIDÃO: SENTIMENTO EM DESCOMPASSO

"Solidão de manhã, poeira tomado assento, rajada de vento, som de assombração..." Quantos de nós já não se deparou com esse sentimento? Quantos de nós, já não sofreu demasiado por se ver só? Um sentimento que assola a alma, invade o espírito e se comporta como fantasma num arrastar de correntes num castelo...
Ao mesmo tempo dolorido, aniquilante, antagônico potencializador. Move os poetas, os artistas, os filósofos, libera arte com lindas produções existenciais.
"... é amiga das horas, prima irmã do tempo e faz nossos relógios caminharem lentos, causando descompasso no meu coração..." Faz o tempo passar lentamente, num remoer dos estômagos, numa digestão penosa, arrastada, demorada, deveras penosamente digerida...
Irrompe em ritmo descompassado entre o dó e o si deflagrando muitas vezes uma beleza incomparável e arrebatadora, de um tom hora suave, hora grave, harmonioso, linear para um tom inaudível pra uns e veementemente acentuado para outros.
Que fazer então? Como ser e estar nesta condição? Ser... é nossa condição, nossa caraterística básica pela subjetividade, pelo que nos caracteriza, nos define únicos. Estar... é uma condição das escolhas que fazemos, das lutas que travamos e do que achamos ser possível carregar.

Solidão

Solidão não é a falta de gente para conversar, namorar, passear ou fazer sexo.... Isto é carência.
Solidão não é o sentimento que experimentamos pela ausência de entes queridos que não podem mais voltar..... Isto é saudade.
Solidão não é o retiro voluntário que a gente se impõe, às vezes, para realinhar os pensamentos..... Isto é equilíbrio.
Solidão não é o claustro involuntário que o destino nos impõe compulsoriamente para que revejamos a nossa vida..... Isto é um princípio da natureza.
Solidão não é o vazio de gente ao nosso lado..... Isto é circunstância.
Solidão é muito mais do que isto.
Solidão é quando nos perdemos de nós mesmos e procuramos em vão pela nossa alma .....
(Francisco Buarque de Holanda)