quarta-feira, 9 de junho de 2010

MÚSICA DE ALCOVA



Voltemos a falar de música, e, trago um tema que tem sido recorrente nos textos deste blog; a música. E também a música de alcova. Há alguns dias falava pra um amigo que considero Jazz e Blues, música de alcova.

Vou explicar. E vamos começar pelo termo chave: Alcova que segundo o Aurélio é um pequeno quarto de dormir situado no interior da casa, sem aberturas para o exterior; recâmara quarto de dormir, e também quarto de mulher e dormitório de casal. De qualquer forma é um lugar protegido, onde se pode estar como quiser, fazendo o que quiser.

Por ser este ambiente protegido, é onde podemos fazer nossas viagens, ir ao encontro do si mesmo, mergulhar no self. É la que nos possibilitamos sermos nós mesmos e criar. O lugar aonde vamos mais profundo e onde entramos em contato com nossos medos, nossas angústias, nossos desejos, nossas questões. Esse quarto fechado, sem janelas externas, tem entrada e saída únicas. É lá que nos damos conta de quem somos ou nos perdemos em nós mesmos.

E vamos a esse ambiente diversas e diversas vezes. Vezes dessas acompanhados de alguém ou alguma coisa; desprovidos de sentidos ou enternecido de todos eles; mergulhamos no silêncio ou temperamos esse silêncio com sons que nos ajudam a entrar nesse universo desconhecido sem medo de ser feliz.

A alcova é o lugar da busca pelo prazer, pelo bem estar, pelas possibilidades... O Jazz e o Blues têm uma característica inebriante. Que nos remete ao cerne das coisas, pelo movimento ondulante do som que produz. Sim, som em ondas. As ondas são inebriantes, embebedam a gente e nos move em espiral crescente e altamente fértil.

O Jazz, permite improvisação à qual estamos buscando na alcova, improvisar na nossa busca interior. Os sons que parecem desorganizados e díspares, se tornam arrumados e numa ordem sequencial interessantíssima, é um som que promove alegria e despertar.

o Blues, possuidor de ritmo vigoroso, altamente sensual, responsável por contar histórias de maneira simples e totalmente intensas; traz no seu bojo o poder de ir fundo n'alma e expressá-la na integra. A música das angústias e das tristezas que é o que vivemos na alcova.

Ao sermos embalados por quaisquer desses ritmos, esse quarto escuro toma dimensões inegavelmente avassaladoras e nos proporciona momentos maravilhosos e ímpares. Assim defino alcova e a renomeio de vazio fértil, de quarto escuro. Então... Música em nossas vidas!!






Um comentário:

  1. É isso aí, Silvia!!!
    Gostei da analogia entre jazz, blue e alcova, muito bom.
    Ei, não faltou aí um vídeo do Borges (o Everaldo,claro)?
    Beijos e,no +, MÚSICAEMSUAVIDA!!

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