segunda-feira, 17 de maio de 2010

COISAS SIMPLES, SIMPLES COISAS...


Por quê temos o dom de complicar as coisas? Estamos vivendo tempos de atenção plena às coisas mais elaboradas, mais cheia de complicações e que nos custam tempo, dinheiro. Vivemos de modo que as coisas simples como um abraço, um olhar, um aperto de mão, um afago... não têm mais espaço para serem praticados.

Acordamos a mil por hora, fazendo tudo desarvoradamente, sem nos ater ao desgaste que nos proporcionamos. Perdemos de fazer os rituais. Abandonamos os hábitos simples. acordar, espreguiçar, levantar calma e tranquilamente tornou-se um luxo que não dispomos mais. Vivemos escravos do relógio, dos compromissos, da servidão da modernidade.

Não sentamos mais à mesa para degustar uma comida, conversar até gastar, confraternizar com a família e/ou os amigos. Trocar sorrisos, um simples bom dia, um "olá como vai?" é ousadia demais para se fazer se não for interpretado como assédio ou abuso.

Corremos para lá e para cá e não fazemos mais amigos como antes. Nos falamos ao celular, via internet e criamos mitos difíceis de alcançar. Não andamos mais descalços, mas de salto alto sempre; evitamos o toque e o contato corpo a corpo, virou apelo sexual.


O simples bater do vento no rosto num passeio alegre de caminhar ao entardecer ou numa bela manhã de sol, se torna sinônimo de medo de encontrar o inesperado mal-feitor de plantão.


Deitar na rede, tomar um suco, andar de mãos dadas, trocar carinhos, conversar amenidades... Brincadeira de criança, só nas lembranças de nossos avós. Dançar ciranda, brincar na rua, jogar aquela bola, são todas, coisas de um passado distante.


Não somos mais os mesmos é verdade, perdemos o contato com as coisas simples. Complicamos mais do que devíamos. Nos estressamos muito pra nos lembrar que precisamos de tão pouco...

Quero um pouco disso: falar abobrinha, ouvir música no rádio, tomar um sorvete de casquinha, dizer eu te amo um dia, fazer pequenique com toalha no chão e formiga no sanduiche, tomar banho de cahoeira, comer bem devagarinho, olhar nos olhos e simplesmente sorrir sem medo de ser feliz!!


Coisas Simples (Andréa Vanucci)

Um pôr-do-sol iluminado

Um abraço apertado

Seu sorriso
Lindo só pra mim
Passear pela lagoa
Num domingo
Assim à toa Conversar sem pressa
De chegar ao fim
Apenas coisas simples
Simplesmente boas demais

Apenas coisas simples

Simplesmente boas demais

Um sorvete no verão

Lua nova na paixão
Ler um livro, ver um filme bom
Cabra-cega, pique-esconde

Viajar no tempo, ouvir o Tom

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Um comentário:

  1. Aiiii saudade de viver lentamente!!!
    Essa correria esgota...
    Demais o blog silvia, sua sensibilidade envolve.
    Parabéns pela idéia!!!

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